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LUA NOVA PEIXES - O Recado do Silêncio


Há um espaço vazio, não se sabe aonde fica. Ele conversa com o misterioso que há em ti, em cada um de nós. Há Nele o nada - que não se identifica, não pensa, só sente. E não é daqueles sentimentos que transitam entre alegria e conflitos com suas tantas faces. É como se o peito se expandisse e preenchesse de um “não-se-sabe o que gozoso”, quieto, tranquilo.


Quando a meditação toca lá no fundo, logo me recordo do filme de São Francisco de Assis, “Irmão Sol, Irmã Lua”, em que ficamos com aquela cara de “bobo”, um meio sorriso de Buda, e algo adentro toma conta, preenche, acalma.

Agora eu olho o raio de sol que adentra na janela, ele entra todas as manhãs, mas quando conectados, é estranho, está diferente. A luz parece mais clara, o facho toca a colcha do sofá, e aquele verde, não sei porque parece mais intenso, e a cor me penetra com muito mais vida.


E saímos a caminhar assim pelo dia, neste espaço que se abre dentro, preenchido por um coração que se expande.


Meditar é realmente quando se abrem as janelas do presente e o dia, por mais que corra, ele se torna calmo, poético, é como se cada instante parasse mais para nos fazer sentir tudo ao nosso redor.


E não é um sentir de sensações, é estranho, tão estranho colocar em palavras como o que eu quero tentar aqui com este texto. Parece que este espaço que se abre adentro também ganha um espaço para além da nossa pele. Há um fazer diário, mas não sei, parece que ele transcorre de outra maneira: já não há aquela preocupação e ansiedade do “tem que”, parece que as palavras também não tem tanta importância, dá vontade de curtir o silêncio, e é difícil falar em vontade, já que não há esforço e acontece de uma maneira tão natural. Não se precisa de nada, da aprovação dos outros, da pressa, é só curtir o que chega e se apresenta.


A minha filha que me interrompe enquanto escrevo não me incomoda como das outras vezes, em que eu sentia que ela estava atrapalhando. Ela vem, choraminga eu a abraço, escuto, e ela sai. E está tudo bem, porque eu estou aqui.

É muito paradoxal chamar de Voz do Silêncio, mas a Lua Nova em Peixes, vem a nos dar este recado: “Escuta, aquieta e sente o vazio, ali há um portal que nos invade, que te deixa sensível, tolerante e te traz uma onda de contentamento.”

Para quem intenta habitar por alguns instantes este espaço, parece que a “loucura” vai embora, e o dia navega sem pressa, mas constante. Como aquela onda na praia que beija o mar uma e outra vez.


Feliz por junto a Lua Nova em Peixes estar na prática dos 21 dias do movimento Nacion Pachamama, que a tantos anos me nutre e me faz lembrar da necessidade e da saudade de retornar a este espaço vazio, e que me atravessa como uma onda que chega e se vai. E que alguma concha do mar sempre deixa.


Cristina Marques - Hora Estelar


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