Lua e o Amparo da Ancestralidade

Para comemorar o mês das mulheres.. Na Astrologia, um símbolo primordial que caracteriza o feminino é a lua. E é tão interessante falar sobre a Lua porque ela tem a ver com algo primordial da humanidade, representando o que significa o ser maternal.

Para aprender do significado da Lua vamos abrir a compreensão para a relação histórica da humanidade e como viviam. Sim! Porque quando falamos de Lua, falamos de ancestralidade, proteção e acolhimento, raízes, instinto básico de sobrevivência: tribo e família que ampara com apoio físico e emocional. Nos dias de hoje podemos pensar como vivem as tribos indígenas pouco tocadas ainda pelos atravessamentos da cultura geral e, a partir delas, sem julgamento, aprender sobre o significado do que é a Lua.

A tradição indígena, como as próprias palavras dizem “tradição”, é conservar o que veio do passado, honrar a história e manter esses valores. É um encerrar-se, como um círculo mesmo, em determinados costumes para preservar uma identidade comunitária, uma raiz.

É entender e respeitar os processos cíclicos da natureza para a sobrevivência: semear, plantar, cuidar e colher. É ser parte de uma família em que a alimentação e nutrição é algo essencial e gira em torno dessa prática. É sentir medo do vendaval que vem e que sim, pode derrubar a casa, é pedir proteção aos ancestrais e a todos os seres espirituais que abarcam aquela cultura, mas ao mesmo tempo é andar com coragem pela mata por já estar acostumado àquele ambiente. É vida real, com riscos naturais, mas com proteção comunitária e de imaginação espiritual, e com gratidão pela Terra, por ser sua fonte de alimento.

Esse espírito familiar e comunitário, isso é a Lua. Para pra pensar quando você teve COVID e ficou doente, quem realmente te ligou, apoiou emocional e fisicamente e cuidou de ti? E a única certeza nesses momentos de doença e sofrimento é que são os vínculos familiares e íntimos os que realmente te dão a base de segurança.

Essa intimidade e convivência, que deixam marcas emocionais e hábitos que nos carregam, que nos atritam quando a individualidade quer sair dos padrões dessa identidade comunitária que aglutina e quer que seus valores, inconscientes ou não, façam parte dessa linhagem, esse fio que nos liga ao passado, se mostra no presente e que condiciona nossas escolhas futuras.

Agora tendo filhos é que paro para perceber como sim, influencio diretamente eles a partir do que eu valorizo e que considero que sejam bons hábitos - no que comer, vestir, brincar, passeios, o que deixar que influencie eles para que eu consiga ajudar a construir esta identidade que priorizo, para que seja base para o resto da vida. Mais uma vez a lua. E nossos pais fizeram assim com a gente e, enfim, é isso mesmo, assim caminha a humanidade.

Uma outra palavra-chave que tem a ver com a Lua é o tempo. Ter tempo, estar no presente. Sentir as necessidades emocionais, quando se necessita recolher, quando estar mais aberto e produtivo, mais sociável. Por mais aquariana que seja e adore uma novidade, às vezes me pergunto também o quanto é saudável essa extrema abertura a que temos de excessos de estímulos, afazeres, dar conta, progresso e progresso. Correria, super esforço, passando por cima das doenças físicas e mentais, ser alguém, ser aprovado por mais e mais pessoas, mais e mais círculos, numa infinitude e num correr de cachorro atrás do rabo, cada vez mais rápido e que não acaba nunca.

A sociedade cada vez mais renega, condena, acha perda de tempo a esse instinto de sobrevivência básico (Lua e Casa 4). Mas o emocional teu e social? Como anda? Estressado? Ansioso? Depressivo por não sentir que não tem apoio emocional e vínculos de amor?

Será que é saudosismo do retorno ao passado? Certamente que não, e viva à ciência, ao conforto, à expansão social e cultural, à essa múltipla diversidade de opções, ao acesso aos objetos materiais e imateriais.

Certamente pessoas com mais água no Mapa, planetas em câncer e casa 4 o lado lunar se dá de maneira mais natural e como uma necessidade mesmo. Mas fica aqui a pergunta, como anda o lado lunar na sua vida? Acolhes ele em sua justa medida?

E aqui eu honro esse fio indígena brasileiro, ameríndio. Trazendo o conhecimento da Astrologia em nossa ancestralidade lunar.

Abraço,

Cristina Marques - Hora Estelar

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